O incêndio no Centro de Treinamento George Helal (Ninho do Urubu), que matou dez jovens atletas das categorias de base do Flamengo, completa cinco anos nesse 08/02/2024. Uma tragédia sem precedentes na história do Flamengo que merece ser tratada como tal. Por isso, Memória, Verdade e Justiça precisam estar no centro da conversa, de forma concreta, propositiva, buscando colocar o Flamengo no patamar ético que lhe cabe, honrando nosso histórico amor pelas categorias de base.

O Flamengo não escolheu a Tragédia do Ninho, mas pode, sim, escolher o que fazer com a sua lembrança. Porém, desde o dia seguinte à Tragédia, a atual diretoria do clube vem tentando apagar a memória dos Nossos 10, desrespeitando suas famílias e descartando quem ajudou a evitar mais mortes, como é o caso do vigia Benedito Ferreira.

O esquecimento é a maior arma a favor da manutenção da cultura que trata como descartáveis os sonhos e a esperança de milhões de jovens atletas e suas famílias.

Para nós, do Flamengo da Gente, a Tragédia deve ser recordada para nunca mais se repetir. Entendemos que os meninos que tiveram suas vidas interrompidas quando estavam sob a responsabilidade do clube têm de ocupar um lugar digno em nossa história. Por isso, propomos:

• Acolhimento das Famílias dos Nossos 10, com as devidas homenagens institucionais;
• Transformar o dia 8 de Fevereiro no Dia da Memória Rubro-Negra, data em que não haverá jogos oficiais do Flamengo;
• Instalação de um Memorial no CT do Ninho do Urubu em homenagem aos Nossos 10: Jorge, Christian, Pablo, Atila, Arthur, Bernardo, Rykelmo, Samuel, Vitor e Gedson;
• Inclusão de espaço de memória da Tragédia do Ninho no Museu do Flamengo;
• Abertura imediata de apuração interna no Clube de Regatas do Flamengo para investigar condutas de associados ligadas à Tragédia, antes que prescreva o direito de punir por infrações disciplinares, e cobrar reparações;

• Atuar junto ao poder público colaborando com as investigações e procedimentos que apuram responsabilidades criminais;
• Concessão do título de sócio honorário do Flamengo a Benedito Ferreira, vigia que ajudou a salvar três jovens do alojamento em chamas, custeando seu tratamento médico e psicológico, e instituindo pensão vitalícia compatível com a sua remuneração profissional.

Nós lutamos para que a canção eternizada pela torcida, cantada aos 10 minutos de todos os jogos não se perca ao vento, mas que ecoe em ações concretas do Flamengo em busca da cicatrização da profunda ferida aberta pela Tragédia do Ninho.

“A grandeza do Flamengo está na humanidade da sua torcida”